quinta-feira, 3 de maio de 2012


RELATÓRIO DA PESQUISA DA REALIDADE ESCOLAR FRENTE AO TEMA A SER PESQUISADO.


TEMA: O Coordenador pedagógico e sua contribuição para a gestão democrática da escola a partir da articulação do Projeto Político Pedagógico, nas escolas da rede estadual e municipal de Solidão/PE.


Qual seria a contribuição que o coordenador pedagógico pode trazer para a melhoria da gestão democrática de escola, sendo ele um membro da equipe gestora e um articulador do PPP entre todos os seguimentos que a compõem?
Escrevi esse poema para um momento de estudo e reformulação do PPP no início do ano letivo na escola. Ele foi pensado para que, realizado o trabalho de revisitação do PPP, fizéssemos uma reflexão sobre até onde vai nossa autonomia no espaço escolar.


É muita contradição!
É muita contradição
Os dirigentes pensarem
Que com práticas de controle
Vão a todos educarem
E formarem cidadão
Pela perpetuação
Deste sistema senil
Falam bem do PPP
E na hora do vamos ver
Valorizam outro perfil!



O PPP nos exige
Muita flexibilidade
Mas estamos engessados
Nessa racionalidade
Que a nossa inovação
Anda pela contramão
De uma gestão regulatória
Que não respeita a mudança
E mata a esperança
Que alimenta nossa história!



O que fazer nesse jogo
Em que o poder só vence?
E sempre fica de fora
Quem diferente ainda pense?
-Pagar o preço que for
Mas não perder o valor
Que é tudo que ainda temos
Não adianta o patrão
Com essa concepção
Nos (im) pedir que inovemos! 

O texto acima nos faz pensar sobre até que ponto nossas escolas são realmente autônomas e democráticas. Sabemos que, na rede estadual de Pernambuco os dirigentes das escolas foram escolhidos por uma eleição direta na qual alunos, pais e funcionários votam para eleger seu representante para ser o gestor ou administrador da escola. Sabemos que o conceito de gestão no campo educacional se confunde com o de administração e engloba a flexibilidade necessária para alcançar os objetivos de acordo com as necessidades do processo educativo.
O problema é que ultimamente essas eleições de diretores têm sido prorrogadas e muitos deles estão por até mais de doze anos na gestão, como é o caso da escola em que trabalho.
Sendo assim, para garantir que o mínimo de autonomia se estabeleça, surge a necessidade de que os órgãos colegiados estejam funcionando a pleno vapor. Na escola em que atuo o Conselho Escolar e o Conselho da UEX estão tendo papel fundamental para o andamento das ações pedagógicas e financeiras.
É notório que para que uma gestão mereça o adjetivo democrático ela deve manter o princípio da participação ativa de todos os sujeitos como primordial na tomada de decisão e na divisão do poder.
Assim, diretores, coordenadores, professores, pais, alunos e etc, são responsáveis pela conquista progressiva da autonomia escolar numa divisão de poder e responsabilidade sobre o planejamento e execução das ações.

Com essa percepção da escola como espaço de participação surge a necessidade da implementação do projeto político pedagógico da escola (PPP) e o conselho escolar. São esses instrumentos que vão oportunizar a construção de progressivos graus de autonomia pela escola.

Tenho muito apreço pelo PPP da escola e , sempre que posso estou revendo, lendo, expondo nas reuniões de pais e fiz até um painel com as ações para a sala dos professores de modo que cada um saiba sua responsabilidade, já que a elaboração, bem como a revisão (semestral com toda a escola) envolve a todos e a cada um em especial.

O que me deixa um pouco descrente de que esse trabalho pode dar certo é o fato de que muitos professores não valorizam esse momento e acham que é perca de tempo rever semestralmente o PPP escolar, mas nesse ponto eu sou enérgica: todos vão participar.

Quem dera autonomia da escola fosse apenas resultado do PPP e do Conselho Escolar. Na prática, percebemos que cada vez mais se limita o espaço que os atores sociais têm para tomar as decisões uma vez que a escola faz parte de um sistema de ensino que tem suas políticas próprias e que restringe a atuação e o poder de decidir da instituição é onde surge a contradição que o poema expressa: trata-se de uma autonomia, até certo ponto, vigiada.
Por isso, planejar na escola é uma atividade que exige a articulação de todos os atores sociais a partir de uma proposta de trabalho comum: o Projeto Político Pedagógico. Nesse processo de construção de diálogo entre os vários agentes na escola o PPP visa evitar a fragmentação, favorecendo o diálogo e a interação, dando coerência ao processo educativo.
Como na escola em que trabalho sou a responsável por fazer a articulação entre o PPP e os demais planos de ensino e projetos que serão vivenciados percebo a necessidade de estarmos constantemente revisitando o PPP para podermos afinar a nossa prática pedagógica.
Para tanto, começamos pela elaboração desse importante instrumento. O PPP em nossa escola foi e continua sendo elaborado pela equipe escolar: professores, equipe administrativa, técnica educacional, gestão escolar, bem como os representantes do conselho escolar que são os mesmos que foram  citados anteriormente. Além desses, os pais dão sua contribuição e os estudantes também, por meio das reuniões em que o que foi produzido com o grupo supracitado é colocado para apreciação e análise podendo ser modificado tendo em vista o fim último que é a organização e articulação das ações educativas, otimizando  o tempo e o espaço pedagógico para garantir aprendizagem do estudantes e a sua formação cidadã.
Nosso PPP é composto por apresentação, justificativa, dados da escola, histórico escolar, objetivo geral, objetivo específicos, visão estratégica e marco conceitual (o qual apresenta as concepções de homem, de sociedade, de educação, de escola; bem como as concepções pedagógicas, expondo a função social da escola, as concepções de ensino e aprendizagem e a importância do planejamento).
 Em seguida, o mesmo apresenta o marco operacional contendo as atribuições de cada ator social que atua na escola: ação da equipe de gestão escolar, atuação das equipes técnico-pedagógicas, do corpo docente, atuação da secretaria escolar, dos serviços gerais e de apoio administrativo, do Conselho Escolar, as normas de convivência da comunidade escolar, caracterização do corpo discente.
Na sequência são expostos os planos de ação de acordo com as dimensões: pedagógica. Administrativa, financeira e jurídica. Esses planos de ação são as intervenções que pretendemos realizar para garantir que os marcos conceitual e operacional possam construir uma escola que tenha a nossa visão estratégica.
Outro ponto descrito no PPP e suma importância são os projetos interdisciplinares que são realizados pela escola. A saber: Projeto Bullying, Projeto Diga não às Drogas, Projeto de Meio Ambiente - Protegendo a vida e Projeto áfrica em Nós.
São ainda apresentados os critérios de avaliação do próprio projeto, a conclusão e a bibliografia.
Como todo planejamento escolar o PPP requer a reflexão e ação coletivas. Não basta ter um bom projeto é preciso executá-lo bem, de forma articulada. Essa é a maior dificuldade de nossa escola, pois existe certa rotatividade de professores e nem sempre quem elabora é quem vivencia as ações propostas e , quando alguém se compromete e vai embora, até conseguir novas parcerias, as ações ficam a cargo do coordenador ou da gestão escolar, até que alguém com perfil adequado que se candidate para realizar a ação proposta venha integrar a equipe.
Tenho observado, em nossos momentos de refacção do PPP, que alguns membros da equipe escolar não dão a devida importância a esse documento, mesmo diante de tantos discursos que incentivam e valorizam a utilização do mesmo como uma bússola a guiar os caminhos pedagógicos da escola.
No ano de 2010 tive a oportunidade de atuar como diretora de ensino na rede municipal de Solidão e acompanhei alguns momentos de refacção do PPP de algumas escolas. Inicialmente, fizemos uma adaptação porque o PPP de algumas não continham a estrutura necessária mas, pude perceber que o que acontece na rede estadual se repete com as escolas da rede municipal: nem todos compreendem a importância desse processo para gestão democrática escolar e, assim, gostaria de pesquisar esse tema nas duas redes, especialmente nas escolas da sede:Nossa Senhora de Lourdes ( rede estadual) e José Gonçalves do Nascimento( rede municipal) e aprofundar qual a contribuição que o coordenador pedagógico agrega a esse processo.

domingo, 29 de abril de 2012


 

A Escola Nossa Senhora de Lourdes oferece Educação Básica nos seguintes níveis: Educação Especial-DI, Curso travessia, Ensino Fundamenta II -5ª a 8ª série, Ensino Médio, contemplando os três turnos e atendendo uma clientela de aproximadamente 400 alunos. Caracteriza-se por assumir o compromisso de desenvolver projetos para a melhoria da qualidade de ensino, dentro de uma visão inovadora, aberta às mudanças e transformações do mundo atual.

Contudo, nos deparamos com uma realidade que restringe o nosso potencial com relação ao uso das novas tecnologias, pois apesar de dispormos de um laboratório de Informática, Biblioteca, Laboratório de Ciências e Sala de TV e Vídeo, não contamos com os recursos humanos para atenderem a clientela escolar.

Diante dessa realidade faz-se necessário unir forças para vencer os desafios, possibilitando a partilha de competências e habilidades em um processo de parceria entre a comunidade escolar e local para o uso sistemático das TIC no cotidiano escolar, conforme os anseios de Projeto Político Pedagógico da Escola.

Nessa perspectiva, temos desenvolvido várias ações de intervenção no espaço escolar como reuniões de pais e mestre com participação dos estudantes na tomada de decisão a respeito da própria aprendizagem e por meio da prática da autoavaliação. Também são vivenciados vários projetos de cidadania com foco no Meio Ambiente e na Cultura afro-brasileira.

No entanto, algumas ferramentas têm-se tornado imprescindíveis no dia a dia dos profissionais de educação para realização de pesquisa, estudo ou divulgação de experiências bem sucedidas, a saber: 

 


Todas essas ferramentas seriam de grande contribuição, mas, como já foi mencionado, temos problemas no uso das ferramentas virtuais pela dificuldade de acesso à internet. Contudo, trabalhamos com blog (a escola tem o seu) e com o uso de emails, que são as ferramentas mais usadas.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A crônica é, primordialmente, um texto escrito para ser publicado no jornal. Assim o fato de ser publicada no jornal já lhe determina vida curta, pois à crônica de hoje seguem-se muitas outras nas próximas edições. Há semelhanças entre a crônica e o texto exclusivamente informativo. Assim como o repórter, o cronista se inspira nos acontecimentos diários, que constituem a base da crônica. Entretanto, há elementos que distinguem um texto do outro. Após cercar-se desses acontecimentos diários, o cronista dá-lhes um toque próprio, incluindo em seu texto elementos como ficção, fantasia e criticismo, elementos que o texto essencialmente informativo não contém. Com base nisso, pode-se dizer que a crônica situa-se entre o Jornalismo e a Literatura, e o cronista pode ser considerado o poeta dos acontecimentos do dia-a-dia. A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor está "dialogando" com o leitor
A aliança
Luis Fernando Verissimo
Esta é uma história exemplar, só não está muito claro qual é o exemplo. De qualquer jeito, mantenha-a longe das crianças. Também não tem nada a ver com a crise brasileira, o apartheid, a situação na América Central ou no Oriente Médio ou a grande aventura do homem sobre a Terra. Situa-se no terreno mais baixo das pequenas aflições da classe média. Enfim. Aconteceu com um amigo meu. Fictício, claro.
Ele estava voltando para casa como fazia, com fidelidade rotineira, todos os dias à mesma hora. Um homem dos seus 40 anos, naquela idade em que já sabe que nunca será o dono de um cassino em Samarkand, com diamantes nos dentes, mas ainda pode esperar algumas surpresas da vida, como ganhar na loto ou furar-lhe um pneu. Furou-lhe um pneu. Com dificuldade ele encostou o carro no meio-fio e preparou-se para a batalha contra o macaco, não um dos grandes macacos que o desafiavam no jângal dos seus sonhos de infância, mas o macaco do seu carro tamanho médio, que provavelmente não funcionaria, resignação e reticências... Conseguiu fazer o macaco funcionar, ergueu o carro, trocou o pneu e já estava fechando o porta-malas quando a sua aliança escorregou pelo dedo sujo de óleo e caiu no chão. Ele deu um passo para pegar a aliança do asfalto, mas sem querer a chutou. A aliança bateu na roda de um carro que passava e voou para um bueiro. Onde desapareceu diante dos seus olhos, nos quais ele custou a acreditar. Limpou as mãos o melhor que pôde, entrou no carro e seguiu para casa. Começou a pensar no que diria para a mulher. Imaginou a cena. Ele entrando em casa e respondendo às perguntas da mulher antes de ela fazê-las.

— Você não sabe o que me aconteceu!
— O quê?
— Uma coisa incrível.
— O quê?
— Contando ninguém acredita.
— Conta!
— Você não nota nada de diferente em mim? Não está faltando nada?
— Não.
— Olhe.
E ele mostraria o dedo da aliança, sem a aliança.
— O que aconteceu?
E ele contaria. Tudo, exatamente como acontecera. O macaco. O óleo. A aliança no asfalto. O chute involuntário. E a aliança voando para o bueiro e desaparecendo.
— Que coisa - diria a mulher, calmamente.
— Não é difícil de acreditar?
— Não. É perfeitamente possível.
— Pois é. Eu...
— SEU CRETINO!
— Meu bem...
— Está me achando com cara de boba? De palhaça? Eu sei o que aconteceu com essa aliança. Você tirou do dedo para namorar. É ou não é? Para fazer um programa. Chega em casa a esta hora e ainda tem a cara-de-pau de inventar uma história em que só um imbecil acreditaria.
— Mas, meu bem...
— Eu sei onde está essa aliança. Perdida no tapete felpudo de algum motel. Dentro do ralo de alguma banheira redonda. Seu sem-vergonha!
E ela sairia de casa, com as crianças, sem querer ouvir explicações. Ele chegou em casa sem dizer nada. Por que o atraso? Muito trânsito. Por que essa cara? Nada, nada. E, finalmente:
— Que fim levou a sua aliança? E ele disse:
— Tirei para namorar. Para fazer um programa. E perdi no motel. Pronto. Não tenho desculpas. Se você quiser encerrar nosso casamento agora, eu compreenderei.
Ela fez cara de choro. Depois correu para o quarto e bateu com a porta. Dez minutos depois reapareceu. Disse que aquilo significava uma crise no casamento deles, mas que eles, com bom-senso, a venceriam.
— O mais importante é que você não mentiu pra mim.
E foi tratar do jantar.

Texto extraído do livro "As mentiras que os homens contam", Editora Objetiva - Rio de Janeiro, 2000, pág. 37.

LER E ESCREVER, MUITO PRAZER!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

PROJETO DE POESIA

I - PROBLEMÁTICA

A leitura é um instrumento valioso para a apropriação de conhecimentos relativos ao mundo exterior. Ela amplia e aprimora o vocabulário e contribui para o desenvolvimento de um pensamento crítico e reflexivo, pois possibilita o contato com diferentes idéias e experiências. Assim, é obrigação da escola desenvolver o gosto e o prazer pela leitura, tornando os estudantes capazes de compreender diferentes gêneros textuais que circulam na sociedade, de modo a formar leitores competentes e autônomos, contribuindo para a sua inclusão e interação na sociedade.
Observando a situação em que se encontram os alunos de 5ª a 8ª série e III e IV fase de EJA nas atividades de leitura, compreensão e o acesso à informação, apresentando um baixo nível de conhecimento e constatando uma grande aversão pela leitura que tem sérias repercussões na produção escrita, dificultando o nível de aprendizagem nas diversas áreas do conhecimento, sentiu-se a necessidade de promover uma prática constante de leitura, utilizando os diversos gêneros textuais: literários e não-literários.
Reconhecendo a importância que a língua tem como meio de comunicação e interação entre as pessoas, que permite a compreensão e criação de veículos entre aqueles que a utilizam; conduz o resgate do passado e a projeção do futuro numa consciência crítica que distingue opressão e libertação.
Nessa perspectiva propomos desenvolver um trabalho coletivo com alunos de 5ª a 8ª série e III e IV fase de EJA, considerando os recursos disponíveis nesta comunidade escolar, como o acesso à biblioteca e outras fontes que despertem o prazer pela leitura, contribuindo para a formação de leitores competentes, elevando assim o nível de aprendizagem.

II - JUSTIFICATIVA

Os poemas servem para emocionar, divertir, fazer pensar por meio das mais belas palavras. Ao apresentarmos este texto para as crianças estamos tanto despertando o sentimento pelo belo, como contribuindo com novas referências de comunicação oral.
O ritmo dado à “sonoridade das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema”, e às vezes as rimas presentes em alguns poemas, deixam as crianças literalmente encantadas e dispostas a reproduzir oralmente estes textos, e muitas vezes, se o professor lhes der oportunidades, a criar outros a partir das referências apresentadas.
Este projeto é um convite para que os estudantes, tanto conheçam alguns elementos que compõem o texto poético, como possam pensar em parceria com seus professores em algo que possa transformar os conhecimentos adquiridos em situações comunicativas carregadas de sentido, como um sarau para os outros grupos da escola e a criação de telas a partir dos poemas lidos...

III – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A FORMAÇÃO DO LEITOR

A literatura é como uma manifestação de sentimentos e palavras, que conduz a criança ao desenvolvimento do seu intelecto, da personalidade, satisfazendo suas necessidades e aumentando sua capacidade crítica. Esta literatura tem o poder de estimular e/ou suscitar o imaginário, de responder as dúvidas do indivíduo em relação a tantas perguntas, de encontrar novas ideias para solucionar questões e instigar a curiosidade do leitor. Nesse processo, ouvir histórias tem uma importância que vai além do prazer. É através de um conto e/ou de uma história, que a criança pode conhecer coisas novas, para que efetivamente sejam iniciados a construção da linguagem, da oralidade, ideias, valores e sentimentos, os quais ajudarão na sua formação pessoal.
Considera-se que o gosto pela leitura se constrói através de um longo processo e que é fundamental para o desenvolvimento de potencialidades, há a necessidade de se propor atividades diversas e diferenciadas para a formação do leitor crítico.
De acordo com Zilberman (2003, p.30):"... o uso do trabalho na escola nasce, pois, de um lado, da relação que se estabelece com seu leitor, convertendo-o num ser crítico perante sua circunstância..."
Muitos estudos e pesquisas têm evidenciado a importância das atividades literárias diferenciadas no contexto educacional para o bom desempenho da criança. A utilização da literatura como recurso pedagógico pode ser enriquecida e potencializada pela qualidade das intervenções do educador.
Assim, o educador preocupado com a formação do gosto pela leitura deve reservar espaços em que proponha atividades novas sem o compromisso de impor leituras e avaliar o educando. Trata-se de operacionalizar espaços na escola e na sala de aula onde a leitura por fruição-prazer possa ser vivenciada pelas crianças e jovens.
As várias atividades propostas podem ajudar no contexto educacional, se bem utilizadas a partir de um conto ou poema: o pintar; o desenhar no contexto da história; discutir sobre as partes da história que as crianças mais gostaram; trocar experiências a partir da história contada; adivinhar o que vai acontecer e/ou imaginar finais e situações diferentes; elaborar textos; encenar uma peça teatral;recitar poemas ou criar outros; trabalhar em grupo etc, podem contribuir para a formação de um ser criativo, crítico, imaginativo, companheiro e provavelmente leitor.
Nesse contexto, o professor deve proporcionar várias atividades inovadoras, procurando conhecer os gostos de seus alunos e a partir daí escolher um trabalho ou uma história que vá ao encontro das necessidades da criança, adaptando o seu vocabulário, despertando esse educando para o gosto, deixando-o se expressar.
Acredita-se assim que a proposta de atividades variadas é de grande valor para o processo de construção da autonomia e desenvolvimento da criança em formação.
Desse modo, concordo com Jolibert (1994), quando afirma que o papel do professor em sala de aula é o de proporcionar aos alunos, situações de leitura, estimular o senso crítico no aluno, elaborar com a turma materiais de leitura como fichários, dicionário alfabético entre outros, e ajudá-los a desenvolver o gosto pela leitura. O professor é responsável pelo estímulo do aluno, assim, se o professor em sala de aula lê narrativas, poesias, músicas, entre outros textos, utiliza-se destas leituras para estimular seus alunos, dando-lhes oportunidade para desenvolver o gosto pela leitura, reconhecendo a função social da leitura e da escrita na sociedade em que vive. Ou seja, a leitura é o ponto de partida para o processo de aprendizagem em que a pessoa amplia seu vocabulário, desenvolve a sua escrita e neste percurso, desenvolve o hábito de ler. .
IV - OBJETIVO GERAL

Despertar, incentivar e promover a leitura no âmbito escolar, estendendo-se à comunidade, visando à formação do caráter do leitor no educando, a melhor qualidade do ensino-aprendizagem e o desenvolvimento social e cultural.

V - OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Incrementar a leitura no âmbito escolar. ..
- Apresentar ao educando as diferenciadas linguagens, enriquecendo a rotina escolar, estimulando a leitura e a produção do texto escrito e oral. .
- Exercitar a leitura como prática democrática, fundamental na formação do senso crítico e da cidadania.
- Utilizar os diversos recursos didáticos na prática de leitura;
- Desenvolver atividades extraclasse através de leitura e pesquisa em biblioteca;
- Desenvolver a prática de correspondências interclasse e interescolar, estimulando a verdadeira função comunicativa;
- Oportunizar ao aluno momentos de dar sua própria opinião como forma de permitir que ele se sinta como ator e construtor da sua história;
- Focalizar o trabalho com o gênero poema ampliando progressivamente para outras linguagens.
-Reconhecer a literatura de cordel enquanto produção artística regional e sua relevância na construção da identidade cultural do povo sertanejo.
-Reconhecer o Pajeú e o próprio município como celeiro da poesia em Pernambuco.
-Valorizar as produções artísticas dos poetas locais, percebendo sua importância para a literatura regional.
-Discutir e relacionar a poética pessoal com a poética dos colegas e dos artistas.

VI - AÇÕES

1ª etapa
Acomodação os alunos em roda, escolha das poesias e leitura para a turma, expressando os sentimentos que aparecem no texto durante sua leitura, como medo,espanto,alegria,tristeza,humor.

2ª etapa
Realização de pesquisa com os pais ou familiares; se gostam e conhecem de cor alguma poesia e criação um mural de poesias a partir destas contribuições.

3ª etapa
Levantamento uma lista com os títulos das poesias preferidas do grupo.

4ª etapa
Proposição ao grupo a idéia de organizar um sarau (apresentação) de poesias. Cada um deve memorizar uma poesia (empreste o livro ou o texto para que possam levar para casa e tenha auxílio de um adulto para decorar).

5ª etapa
Vivência de situações de escrita a partir de algumas poesias. Por exemplo: completar lacunas com as palavras que estiverem faltando, recortar e ordenar versos para formar a poesia, ou, ao contrário, palavras para formar o verso, escrita espontânea de títulos e exploração de rimas (terminação igual das palavras). Os textos memorizados retiram a dificuldade de saber o que escrever fazendo com que as crianças ainda em fase de alfabetização inicial possam pensar somente no como escrever. A tarefa é facilitada, no caso das poesias, pelas rimas e repetições das palavras podendo também promover jogos de leitura relacionando o título da poesia com algum verso, ou o título com o nome do autor, ou alguma ilustração relacionada ao título, sempre a partir de poesias já memorizadas pelas crianças.

6ª etapa
Apresentação de vídeo-entrevista com Jessier Quirino para escuta de alguns poemas de sua autoria declamados por ele mesmo no programa de Jô Soares;
Estudo em grupo da biografia de Jessier Quirino;
Leitura expressiva pela professora do poema “Paisagem do interior”- do mesmo autor;

7ª etapa
Utilização de diversas linguagens para transmitir o conteúdo dos poemas, em especial a produção de telas.

8ª etapa
Realização de oficina de poesia com Associação dos Poetas e Prosadores de Tabira – APPTA - abordando as características do texto poético: métrica, rima, verso, estrofe, ritmo, etc.;
Leitura de poemas diversos para análise das características acima estudadas;
Organização de varal de poesia com poemas escolhidos pelos alunos e que sejam de poetas regionais;
Organização do sarau, com inscrições de outros participantes, convite e apresentação das telas produzidas.

9ª etapa
Produção de vídeos com recitação de poemas pelos estudantes para fazer parte do acervo da escola.

VII - AVALIAÇÃO

A avaliação acontecerá de forma constante durante o processo, no acompanhamento das atividades, com as possíveis e necessárias intervenções.
No entanto, o acompanhamento da leitura oral realizada pelos estudantes terá atenção especial em situações de rotina e especialmente durante o recital utilizando ficha avaliativa própria a ser preenchida pelo professor ou pelos colegas.

VIII - BIBLIOGRAFIA

JOLIBERT, Josette e colaboradores. Formando crianças leitoras. Porto Alegre – RS: Artes Médicas, 1994.

LAJOLO, M. O texto não é pretexto. Em: ZILBERMAN, R. (org.). Leitura em crise na escola: as alternativas do professor. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985.

Programa Gestão da Aprendizagem Escolar - Gestar II. Língua Portuguesa: Caderno de Teoria e Prática 6 - TP6: leitura e processos de escrita II. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008. 224 p.: il.